Nesta quarta-feira, 7, o STF começou o julgamento da possibilidade da realização de cultos, missas e outras atividades religiosas coletivas presenciais em meio a pandemia.
Primeiro a sustentar oralmente no julgamento, o AGU André Mendonça se posicionou a favor dos cultos presenciais e finalizou dizendo que “os verdadeiros cristãos não estão dispostos, jamais, a matar por sua fé, mas estão sempre dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e de culto”.
O AGU contestou a discriminação contra igrejas ao afirmar que os governos dos Estados não determinaram o fechamento de sindicatos, de associações ou partidos políticos: “por que somente as igrejas? por que essa discriminação?”. André Mendonça questionou a proibição dos cultos presenciais enquanto há transportes públicos lotados e aviões cheios de gente, parecendo “lata de sardinha”.
O chefe da AGU citou a lotação nos transportes públicos como uma “justificativa” para a realização das reuniões religiosas. Disse: “Não estamos tratando de um debate sobre vida e morte”.
“Como estão nossos ônibus, nossos trens, nosso transporte aéreo? Nossas secretárias do lar continuam a passar duas horas nos ônibus, trens e metrôs superlotados para estarem nos servindo em nossos lares”, afirmou.
O chefe da AGU, que também é pastor, ainda citou passagens da Bíblia no STF e uma frase de Jesus no evangelho de Mateus: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.
Depois, se referiu a passagens do livro de Atos, na Bíblia, que narra a ascensão de Jesus.
“Os cristãos, no capítulo dois de Atos, diariamente perseveravam no templo, partiam o pão de casa em casa, tomavam suas refeições em conjunto, louvando a Deus e contando com a simpatia do povo. Mais adiante, no capítulo cinco, diz que para ali também iam pessoas de outras cidades, porém levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com eles prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão”, disse.
Logo depois, Mendonça afirmou: “Digo isso porque ser cristão, na sua essência, é viver em comunhão não apenas com Deus, mas também com o próximo, ser cristão é estar junto ao próximo, é ter compaixão do próximo. É chorar junto, lamentar junto, dar o suporte necessário para que aqueles que se aproximam possam superar suas dificuldades”.