A Justiça libanesa proibiu o ex-titã da indústria automobilística Carlos Ghosn de abandonar o país, após ele ser interrogado pela Procuradoria Geral em consequência da ordem de prisão expedida pela Interpol, informou uma fonte judicial nesta quinta-feira.
“A Procuradoria Geral adotou uma decisão que proíbe Carlos Ghosn de viajar e pediu seu dossiê judicial ao Japão, onde o ex-empresário foi acusado de sonegação fiscal e má conduta financeira”, disse a fonte.
Ghosn, de 65 anos, fugiu do Japão para o Líbano, onde viveu durante sua infância, no fim de dezembro, enquanto aguardava julgamento por acusações de subnotificação de lucros, quebra de confiança e apropriação indébita de fundos da empresa, o que ele nega. Ele estava sob vigilância 24 horas por dia, mas ainda assim conseguiu escapar e voar para a Turquia, de onde segui para o Líbano, num jato privado.
No Líbano, Ghosn foi interrogado no Palácio da Justiça, em Beirute, diante de um oficial do Departamento de Investigações Criminais, o general Maurice Abu Zidan, e sob a supervisão do promotor, disseram a fonte judicial e a agência de notícias estatal.
O advogado de Ghosn no Líbano não pôde ser encontrado imediatamente para comentar o pedido da procuradoria nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, em sua primeira entrevista coletiva concedida após deixar o Japão, o brasileiro, que também tem nacionalidade francesa e libanesa, disse que havia escapado para o Líbano para limpar seu nome e estava pronto para ser julgado em qualquer lugar que pudesse obter uma audiência justa.
Fonte: O Globo